Opinião

Antecipação eleitoral e desserviço ao povo

Foto: Agência Brasil

Os anos pré-eleitorais deveriam ser focados na gestão pública. Porque a agenda eleitoral contamina a rotina administrativa. No Rio Grande do Norte, porém, políticos e setores da mídia desprezam essa máxima. Antecipam a pré-campanha de 2026 e, com o açodamento, prestam desserviço à população.

Sim, o clima eleitoral antecipado desvia o foco. Mais concentrados nos arranjos eleitorais, políticos se dispersam das atuais responsabilidades. Será que o empenho é o mesmo para melhorar a saúde e a educação, se o detentor de mandato está mais preocupado em ascender no poder?

Dessa forma, colocam em segundo plano políticas públicas e projetos importantes para a população. Inegável: o interesse eleitoral drena maior parte do tempo e das energias. Influencia o político e seu entorno. Mobiliza a militância digital. E de forma extemporânea: estamos ainda a quase um ano e oito meses do primeiro turno, saídos há apenas quatro meses da eleição municipal.

Contudo, nomes como o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União) e o senador Rogério Marinho (PL), entre outros, já se mexem como pré-candidatos. Com direito até a pesquisa eleitoral. De público, claro, não admitem a antecipação. Dizem estar 100% focados na gestão, na agenda legislativa. Só que não.

Tudo bem, é natural da democracia o diálogo entre lideranças, o debate político sobre o cenário eleitoral. Porém, a antecipação dessa agenda em detrimento das soluções para o Estado é pecado original. Ainda mais com a “fulanização” do processo, baseado em nomes, e não em programas de gestão.

Portanto, o foco precoce nas eleições acarreta diversos problemas à sociedade. Prejudica a governabilidade, aumenta a polarização e impacta a confiança pública. A agenda eleitoral precisa ocorrer no tempo oportuno, a fim de que os políticos priorizem o que o povo lhes confiou: o exercício dos mandatos.

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