Dois meses e meio após a crise política provocada pelo embargo à construção do Hospital Infantil de Mossoró, a Prefeitura entregou, ontem (3), o alvará à obra. No mesmo dia, a PMM concedeu licença ao novo Hospital da Liga do Câncer, também declarado, em abril deste ano, ilegal pela Prefeitura.
A concessão dos alvarás, com direito a pompa e circunstância pelo Palácio da Resistência, visa diminuir o imenso desgaste político decorrido do episódio.
Em 17 de abril deste ano, o Blog Regy Carte noticiou, em primeira mão, o embargo da construção do Hospital Infantil. Com adesivo “Embargado”, a Diretoria Executiva de Meio Ambiente e Urbanismo (Demurb) lacrou o acesso ao canteiro de obras, na avenida Rio Branco, em frente à Praça da Criança.
Financiado com recursos federais, alocados em emenda do senador Styvenson Valentim (PSDB), o Hospital é de responsabilidade da Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e Infância de Mossoró (Apamim).
Cinco dias após, em ação de comunicação desastrosa, a Prefeitura tocou fogo no caso. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) declarou, em nota, que a obra do Hospital Infantil estava embargada por falta de alvará de construção.
Até aí, aceitável, mas veio o desastre. Na mesma nota, foi além e anunciou que a obra do novo hospital da Liga Contra o Câncer também estava em situação ilegal. Foi o estopim para imensa crise política.
No mesmo dia, o senador Styvenson Valentim reagiu à interdição do Hospital Infantil: “É uma força para parar a obra. Você não está dificultando a vida do senador Styvenson. De jeito nenhum. Está dificultando a vida de pais, de crianças, que procuram por atendimento hospitalar de qualidade, 24 horas, e não tem, não tem no Oeste potiguar”, disparou, contra o prefeito Allyson Bezerra (União Brasil), pré-candidato a governador.
Ainda no contexto dessa crise, a Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC) assegurou ao Blog Regy Carte estar atendendo todas as exigências da Prefeitura quanto ao seu novo hospital, edificado no terreno onde funcionou o Hospital Duarte Filho, na “Praça dos Hospitais”.
Desde então, o corre-corre foi imenso no Palácio da Resistência e a tensão por lá, gigantesca. Agora, com a entrega dos alvarás, a Prefeitura quer dar o caso por encerrado e, com a imensa publicidade dada ao ato, diminuir o desgaste político do episódio. Dificilmente, porém, conseguirá sarar feridas abertas com o caso.

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