Com o objetivo de ampliar as possibilidades de utilização da água gerada pela extração de petróleo, a mestranda Jéssica de Castro analisa o comportamento da moringa com esse tipo de irrigação. A pesquisa foi iniciada em 2022 no Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água da Universidade Federal Rural do Semi-árido (PPMSA/Ufersa) e inclui também a utilização das sementes de moringa na produção de biodiesel.
O cultivo da moringa (Moringa oleifera Lam) tem se difundido na região Nordeste devido à fácil adaptação dessa cultura a regiões secas com diferentes tipos de solo. De acordo com Jéssica Castro, o projeto surgiu da necessidade de destinar a água produzida nas indústrias de petróleo a uma irrigação de cultura oleaginosa que se adaptasse bem à região semiárida.
A pesquisa é financiada pelo PRH-55, Programa de Formação de Recursos Humanos para o Setor de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Os objetivos do PRH-55, sediado na Ufersa, são formar mão de obra especializada para a indústria de petróleo, gás natural e biocombustíveis e realizar pesquisas aplicadas na área.

Sustentabilidade
O experimento conduzido por Jessica de Castro é orientado por José Francismar de Medeiros, pesquisador I-A do CNPq e docente dos Programas de Pós-graduação em Fitotecnia e de Manejo de Solo Água da Ufersa.
Após a etapa de plantio, realizada no campus Leste, em Mossoró, a mestranda passou a acompanhar a irrigação com a água produzida sintética.
“Desde de julho de 2022 até agora já foram realizados diversos manejos, como a irrigação com os níveis da água produzida sintética, coleta de solo, podas, amostragem das plantas, além de análises do desenvolvimento da planta de acordo com os tratamentos”, comenta Jéssica.
A possibilidade da utilização das sementes de moringa na produção de biodiesel também é avaliada na pesquisa. “Conseguimos utilizar a alternativa de destino à água produzida para a agricultura irrigada, gerando um ciclo na produção sustentável. Dessa maneira, a cultura será toda irrigada com a água produzida sintética produzindo a semente com elevado teor de óleo e boa qualidade para a produção de biodiesel”, enfatiza Jéssica de Castro.
A estudante ainda pontua que precisou lidar com dificuldades geradas pela curta duração do curso de mestrado, devido ao longo ciclo que a moringa exige para se desenvolver. Contudo, Jéssica espera que todo este processo alcance os resultados esperados e ainda colabore com trabalhos acadêmicos futuros, buscando diferentes maneiras de produção e inovações para a área. (Com informações da Ufersa)