Mercado chinês

Exportações de melão podem triplicar em três anos

Melão potiguar tem oportunidade de ouro na China, mas precisa superar desafios de logística

O melão produzido no Rio Grande do Norte poderá alcançar, em até três anos, novo patamar no mercado internacional, a partir do ingresso no mercado da China. A expectativa é de que, nesse período, a abertura comercial com chineses permita o envio ao país de até 34 mil contêiners da fruta ao ano.

Se considerados os 17 mil contêiners /ano já exportados à Europa, maior comprador do melão potiguar, o volume exportado poderá triplicar, saltando, portanto, de 17 mil/ano para 51 mil/ano contêiners de melão enviados ao mercado exterior.

O plano para o alcance dessa meta começou a ser traçado terça-feira (18), no Workshop Melão Brasil China, ocorrido no auditório da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), em Mossoró.

O mercado da China é considerado estratégico para ampliar as oportunidades comerciais do melão brasileiro. Com população de 1,4 bilhão de habitantes, o país asiático é o maior produtor de melão do mundo, com média de 10 milhões de toneladas anuais.

Workshop Melão Brasil China, na Ufersa, teve apoio de entidades, como Coex, Sebrae e Ufersa (foto: Sebrae RN)

Oportunidade

Apesar disso, em virtude de condições climáticas severas entre outubro e abril, os chineses ficam sem produzir a fruta, o que abre excelente janela de oportunidade ao melão brasileiro.

Segundo o presidente do Coex, Fábio Queiroga, é justamente nesse intervalo na produção chinesa que o melão potiguar deve se beneficiar e alavancar os índices de exportação. No mesmo período, no Brasil, a safra do melão está em pleno desenvolvimento, o que favorece o envio da fruta brasileira à China.
Desafio

“Desse modo, o mercado chinês tem condição de absorver o melão potiguar e, sim, de dobrar o volume que hoje enviamos à Europa, em um período não superior a três anos, desde que consigamos vencer as limitações impostas pela logística, de modo que nossa fruta chegue ao mercado chinês num período não superior a 30 dias. Sabemos que não é um processo rápido, mas temos plenas condições de ampliar nossas exportações e superar os desafios que a operação nos impõe”, pontua.

Presente ao Workshop Melão Brasil China, o diretor Técnico do Sebrae RN, João Hélio Cavalcanti Júnior, ressaltou a importância do evento e das discussões coletivas em prol das exportações do melão potiguar à China. Ele reafirmou o apoio do Sebrae e lembrou da importância da tecnologia e inovação para alcançar resultados promissores na parceria comercial.

“O segredo é buscar na inovação e na tecnologia mecanismos para conseguir estender retardar o processo de amadurecimento das frutas para conseguir contemplar melhor o mercado chinês, que é muito exigente. O Sebrae é parceiro desse projeto desde o início, e assim permaneceremos, oferecendo consultorias, conhecimento técnico e estimulando acesso a novos mercados, como a China. É um desafio, sim, mas sabemos que é possível”, afirma.

Diretor técnico do Sebrae, João Hélio fala no evento (foto: Sebrae RN)

 

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