Opinião

Santa Luzia: omissão pública e lição privada

Foto: Reprodução | via Blog Ismael Sousa

Estátua de Santa Luzia chegou a Mossoró, pelas mãos do setor privado, que dá lição aos políticos

Por duas vezes, autoridades locais tiveram a chance de erguer uma estátua de Santa Luzia, padroeira de Mossoró — símbolo de fé, identidade e força cultural. A Prefeitura ensaiou o projeto há uma década. A Câmara, mais recentemente, retomou o debate. Mas, como em tantos outros temas, prevaleceram a vaidade política, a desunião de lideranças e o desprezo por iniciativas estruturantes.

O resultado? O projeto nunca saiu do papel.

Enquanto isso, o setor privado fez o que o poder público não conseguiu — ou não quis — fazer. Com recursos próprios e compromisso verdadeiro com a história da cidade, o Museu do Sertão Professor Benedito Vasconcelos Mendes entregará a Mossoró uma estátua de Santa Luzia, com 11,5 metros de altura e 15 toneladas, próximo dia 31.

Um feito simbólico e prático: reforça o turismo religioso e, acima de tudo, fortalece o protagonismo da fé na vida social mossoroense.

É mais que uma escultura. É uma lição.

O gesto do Museu do Sertão expõe, com elegância e firmeza, o vazio de ações concretas por parte do poder público. Mostra que, quando falta visão de futuro, sobra espaço para a iniciativa privada — que, aqui, age não pelo lucro, mas pelo legado.

Esculpida pelo artesão Bibiu de Lajes, com apoio do também artista João Galdino, a estátua de Santa Luzia será inaugurada na zona rural, distante dos holofotes da política, mas próxima do coração do povo. E é esse o verdadeiro altar da fé: onde há ação, compromisso e entrega.

Que a classe política aprenda. E que não tente agora surfar em uma onda que não ajudou a criar.

 

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