As localidades rurais Real, Montana, Apama e Rancho da Casca receberam, nos últimos dias, inspeções técnicas do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Objetivo é vigilância e prevenção à cinomose, que vem matando cães na zona rural de Mossoró.
Doença infecciosa altamente contagiosa entre cães e de alta letalidade, a cinomose costuma acometer cães que ainda não terminaram o esquema vacinal (filhotes) e cães adultos que não recebem o reforço anual da vacina múltipla (V8, V10, V11 ou V12).
Desde o começo de janeiro que a equipe do Centro de Zoonoses acompanha a situação, a partir de relato de sintomas e morte de cães em comunidades rurais de Mossoró.
O diagnóstico foi obtido a partir de coleta de sangue (amostragem) para a realização de hemograma completo e teste rápido de cinomose.
Clinicamente, em geral os animais apresentavam perda de apetite, magreza extrema, desidratação, cansaço, tosse seca, secreção ocular, tremores musculares, principalmente nas regiões dos membros, e incoordenação motora, alguns inclusive não conseguiam mais se locomover.
Os exames laboratoriais foram realizados em parceria da Prefeitura Municipal de Mossoró com a Clínica Veterinária de Mossoró (Clivem).
Importância da vacinação
A equipe do CCZ descartou se tratar de zoonose, como a leishmaniose ou raiva, não sendo, portanto, transmitida para o homem. Também afastou a possibilidade de ser sequela da vacina antirrábica.
“A cinomose é uma doença altamente contagiosa entre animais. A principal causa é a falta de um manejo sanitário adequado como, por exemplo, as vacinas múltiplas. Elas são vacinas que cobrem o animal contra vários tipos de doenças. Nós verificamos que a grande maioria desses animais nunca tinha tomado uma vacina múltipla, nem filhotes, nem adultos. Muitos nem iniciaram o esquema, quanto mais completaram o esquema vacinal”, informou Ana Liza, coordenadora de Saúde e Bem-Estar Animal da Secretaria de Saúde de Mossoró, a quem o CCZ é vinculado.
A visita dos técnicos visa a orientar a população das comunidades rurais sobre cuidados com os cães para evitar a proliferação da cinomose.
“É necessário que se tenha uma educação sobre a importância de fazer um manejo sanitário adequado, que incide sobre a condição de bem-estar desses animais”, completou Ana Liza.