Tamarindo e cevada

Ufersa obtém patente de nova barra de cereal

Foto: Assecom | Ufersa

Barra de cereal leva tamarindo e resíduo do malte chocolate como ingredientes

A preocupação ambiental com o resíduo do malte de cevada, gerado no processo cervejeiro, motivou grupo de pesquisadores a encontrar alternativa para o seu descarte. Do Departamento de Ciências Exatas e Naturais, do Campus da Ufersa em Pau dos Ferros, a iniciativa resultou na utilização do resíduo do malte chocolate como ingrediente na produção de barras de cereais, acrescido do fruto tamarindo.

O alimento desenvolvido pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) acaba de receber Carta de Concessão de Patente de Invenção, outorgada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), por 20 anos.

A pesquisa foi desenvolvida pelos professores Shirlene Kelly Santos Carmo e Lino Martins de Holanda Jr.; com a aluna egressa Denise Kauanny de Araújo Rosendo. O consumo de barras de cereais é crescente em todo o mundo, devido sua praticidade, fácil consumo, transporte e pelas propriedades funcionais.

Inovação

Os pesquisadores defendem que a barra de cereal à base de resíduo de malte de cevada com adição de tamarindo traz  proposta de potencial inovador ao mercado, por se tratar de alimento saudável e com propriedades benéficas ao organismo.

O produto apresentou teor de proteína de 7,31 ± 0,20, considerando-a como “fonte de proteína”, conforme a resolução RDC nº 54/2012. Em relação à análise sensorial, o produto apresentou aceitabilidade de quase 87% em relação a intenção de consumo.

‘Azedinho’

De acordo com a equipe da pesquisa, esse público considerou a barra de cereal com um diferencial das já existentes no mercado, em especial, pelo “azedinho” característico do tamarindo.

O resíduo da cevada, por sua vez, tem alto teor nutritivo devido à composição nutricional, no entanto, ainda é pouco reaproveitado, salvo os casos em que é utilizado como ração para animais.

Shirlene, Lino e Denise atuaram no projeto (foto: Assecom | Ufersa)

 

Trata-se da segunda patente obtida pela Ufersa

 

Essa é a segunda patente conquistada pela Ufersa e é resultante do trabalho do Grupo de Processos e Análises Químicas (GPAQ), criado em 2015. A professora Shirlene ressalta o impacto de sustentabilidade da pesquisa.

“O GPAQ tem como principal motivação para as suas pesquisas a busca por soluções sustentáveis que viabilizassem o reaproveitamento de resíduos, sejam eles oriundos de processos agroindustriais, ou de rejeitos industriais, que por ventura seriam descartados de forma inapropriada ao meio ambiente. Nesse sentido, a elaboração de novos produtos se torna uma alternativa para agregar valor a estes resíduos, além de contribuir significativamente para Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs)”, diz Shirlene.

Entre os diferenciais do produto, o professor Lino Holanda destaca a presença da tamarindo no sabor dado à barra de cereal.

“A inclusão de uma fruta de sabor marcante como a tamarindo, confere à nossa barra de cereal uma singularidade ímpar, pois, ao contrário dos produtos similares comercializados, que se valem de frutas tradicionais como morango, banana e cacau como complementos, o nosso produto se destaca por apresentar um elemento distintivo. Tal característica reforça ainda mais o potencial inerente a este produto”, pontua o professor.

A pesquisa contou também com a participação Denise Kauanny, hoje profissional formada pela Ufersa, que relata a importância da Universidade para a sua trajetória.

“Ao ingressar na universidade almejei sempre mais do que as quatro paredes da sala de aula poderiam me oferecer. Encontrei na pesquisa científica a estrada a percorrer para apropriar-me do conhecimento, capaz de desenvolver habilidades, competência, afiar o senso crítico e estimular a própria criatividade”, compartilha Denise. (Fonte: Assecom Ufersa)

Compartilhe