O atentado terrorista a Brasília com fins de golpe de Estado, neste domingo (8), elevou a violência política no País a nível ainda mais alarmante. Ao assistir, perplexa, à destruição das sedes dos três poderes, a República vê-se obrigada a impor tolerância zero à anarquia, sob risco de amargar prejuízo ainda maior.
Com os ataques ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, é possível ver o óbvio: a violência foi premeditada. Isso é patente na disseminação do ódio, nas células terroristas em frente aos quartéis.
Como também é clara a omissão e até ajuda à baderna pelo Governo do Distrito Federal. Causa, no mínimo, revolta a cena de PMs a conversar tranquilamente próximo à desordem, enquanto criminosos destruíam nosso patrimônio histórico.
Desafiadas, as instituições democráticas procuram reagir de forma veemente. A intervenção federal na segurança do DF, o afastamento do governador Ibaneis Rocha, a ordem para dissolver acampamentos bolsonaristas, entre outras medidas, são ações necessárias. Porém, insuficientes. É preciso ir mais fundo e punir financiadores e outros artífices do caos.
Sob a ameaça de grupos extremistas, o Brasil impõe-se à missão de enfraquecer setores radicais da política e desarticular a rede de terrorismo por eles instalados. E, ao mesmo tempo, iniciar a pacificação política, um amplo pacto pela paz, pelo fim da conflagração. O exemplo tem que vir de cima.
Ou será que, para isso, teremos que atônitos assistir, mais do que vandalismo, ao choro de corpos pelo chão de uma guerra sem vencedores? É tudo que não queremos.